23 março, 2011

Alegre Porto Alegre

Sábado, 26 de março, nossa Porto Alegre completa 239 anos. E não poderia encontrar melhor homenagem para essa data do que o texto que acabo de ler, escrito pelo Jonathan Wommer, que trabalha comigo aqui na Comunicação da empresa. Um texto que é a cara da cidade - e dos portoalegrenses.



Alegre Porto Alegre

Posso começar a falar como se aterrissasse no Aeroporto Salgado Filho... Ou chegando pela Free way, passando a Adubos Trevo, onde logo mais a frente vai ter um novo estádio e então o Viaduto Castelo Branco, Que também é caminho de quem vem da Campanha, do Centro do Estado ou apenas do outro lado do rio. Rio esse que me acompanha pela Avenida Mauá, de lado de um muro e do outro um trem até chegar à estação rodoviária ou no Mercado Público.

Vou contar uma história que ouvi uma vez, existem túneis que ligam nada a lugar algum no centro da cidade, sendo assim, prefiro ir por cima mesmo, posso ir dos leões da Prefeitura ao Cais do Porto, e de lá ir até a Praça da Alfandega, melhor ainda quando está acontecendo a feira do livro. Quanta história tem por aqui, o Jornal da Caldas Júnior tem mais um século, e O Theatro São Pedro também. Como é bom ver a Biblioteca Municipal revitalizada na Riachuelo, que fica pertinho de onde tinha um anedotário, e já que o bar do Tuim está ali desde 1941, porque não subir a rua da ladeira de novo? Chegar ao monumento a Júlio de Castilhos na Praça da Matriz, ver o Legislativo, a Justiça, o Piratini onde fica nosso Governador e a magnifica catedral com sua cúpula em bronze.

Paris e Londres na idade média não teriam um ar tão romântico e poético como o Viaduto Otávio Rocha a noite, Shakespeare está longe de ser um Quintana, os livros do Scliar já me diziam “em todas as esquinas do mundo, encontrei as esquinas de Porto Alegre” e assim encontrei uma esquina, para tomar um chimarrão, para discutir política, discutir o Grenal de domingo, afinal é uma Esquina Democrática, onde é comum encontrar um cego vendendo bilhetes de loteria, alguma estátua viva sobre um hidrante, talvez uma família indígena dançando e um algum candidato politico discursando.

Porto Alegre de alegres lugares, de uma praia que se chama Ipanema, até um restaurante chamado Copacabana. Os Morros com aquelas vistas lindas, do Osso, da Policia e da Cruz. De nome Tristeza, mas um bairro alegre, uma cidade baixa de boêmios entre uma República de Lima e Silva e João Pessoa. De uma Santa Tereza onde é possível se ver um Gigante a Beira do rio, um Parque Marinha. Se for setembro o gaúcho está celebrando suas raízes, e nada mais apropriado que um lugar chamado Harmonia, pertinho da Usina do Gasômetro onde o Cisne Branco navega nas calmas águas e o sol se põe de maneira magnifica.

Alegre Porto de ilustres pessoas, Dos braços agitados de Elis Regina, das macias canções de Lupicínio, das crônicas do Paulo Sant’Ana e do Guerrinha. Dos livros do Luís Fernando Veríssimo e Martha Medeiros, daqueles lances incríveis do Falcão, do Ronaldinho, ouvindo no rádio de pilha a voz do Pedro Ernesto. Cidade de todos ou de Nenhum de Nós, de Engenheiros do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre do Hawai! Terra de ilustres, notáveis, que ficaram aqui ou que foram embora, mas que um dia já caminharam pelo Brique da Redenção, ou talvez Parque Farroupilha, atravessaram a Osvaldo Aranha como dizia o Amigo Punk, namoraram nos moinhos de Vento. Porto Alegre é de quem chega, é de quem sai, é de todos, e isso acontece aos pés do Laçador, bem como diria o poeta “Eles passarão, Eu... Passarinho”!

Jonathan Luis Wommer
Março de 2011

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